Comecei a ler sobre Jung, Reich, Osho, Heinlein e outras coisas estranhas quando tinha 15 anos. Como já sou um bocadinho antiga, isso significa 37 anos. Esperei muito até encontrar aquilo que procurava. Fiz formação em Biodinâmica hà 19 anos e como sou um pessoa curiosa, nunca mais parei. Isso significa uma relação muito longa com as terapias, que algumas vezes foi de amor/ódio, mas hoje é cada vez mais amor, já são 16 anos como terapeuta e 18 como cliente.

Quando acabei a minha formação era tão arrogante como seria de esperar, achava que tinha encontrado a solução para todos os males do mundo e agradeço aos meus amigos o terem-me aturado a insistir em salvá-los contra sua vontade. Para já acredito que essa fase é inevitável. A partir daí fui encontrando regularmente “soluções” mágicas para todos os males, Vegetoterapia, Constelação, EFT, Macrobiótica, Quinesiologia.. e por aí fora. Ficando frustrada quando os clientes não se “curavam” ao ritmo que eu lhes queria impor.

Com o tempo compreendi que as técnicas são apenas as ferramentas para serem usadas e que o cerne da arte é o coração. Cada relação terapêutica é uma obra de arte conjunta, diferente de todas as anteriores e de todas as que virão depois. Diferentes terapias defendem caminhos diferentes, não quer dizer que umas estão erradas e outras certas, são apenas ferramentas que servem para diferentes momentos e pessoas. Nenhuma detém a verdade absoluta. Preciso de uma abordagem inclusiva.

Tal como não acredito em famílias pronto-a-vestir, nem em pessoas sem sombra, não acredito em terapias número único. Cada encontro terapêutico é transformador para os dois participantes, terapeuta e cliente, é ao comover-me e deixar-me tocar pelo cliente que abro a porta a uma nova vida para os dois. O cliente desafia o terapeuta a abraçar as suas próprias sombras, não podemos compreender nem amar no outro o que não compreendemos e amamos em nós.
Isto é aquilo em que acredito hoje.

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